feira do livro do porto: um resumo da edição de 2025

feira do livro do porto 2025
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E à quinta edição de Feira do Livro do Porto eis que houve tantos dias passados nos Jardins do Palácio de Cristal que preciso de parar e pensar em tudo o que te quero contar sobre o meu evento preferido do ano. Quando comecei a ver as primeiras confirmações do programa criei logo uma aura de entusiasmo à volta desta edição, mas as expectativas foram superadas e consegui assistir a muitas sessões, comprar muitos livros e aproveitar o melhor possível a Feira. Acho que vou sentir falta de ir tão regularmente àquela parte da cidade.

Uma visita rápida em dia de abertura

O primeiro dia de Feira permitiu uma visita rápida ao fim do dia, pós-trabalho. Deu para um passeio de reconhecimento e para comprar os primeiros quatro livros desta edição. Foi a primeira vez que fui em dia de abertura e estou tentada a fazer disto tradição. Os fins de tarde entre livros souberam muito melhor.

Neste primeiro dia trouxe três livros da minha lista e ainda deixei a Andreia escolher um livro para eu trazer:

  • Estocolmo, de Sérgio Godinho (11,62€ em vez de 16,60€);
  • A Invenção Ocasional, de Elena Ferrante (14€ em vez de 18€);
  • Crónicas do Mal de Amor, de Elena Ferrante (16,80€ em vez de 21€);
  • A Importância do Pequeno-almoço, de Francisca Camelo (12€ em vez de 15€).

Primeiro fim-de-semana

O segundo e terceiro dias trouxeram várias sessões e mais duas compras literárias. No sábado começámos por assistir à cerimónia de atribuição da tília ao autor homenageado desta edição, Sérgio Godinho. Esta cerimónia solene é tradicionalmente marcada por um discurso sobre o autor homenageado e, este ano, incluiu também a atribuição da medalha de mérito da cidade ao Sérgio Godinho e um pequeno discurso da parte dele. É um momento muito bonito por si só, mas poder ter ali o autor torna-o ainda mais especial. É muito bonito poder presenciar a felicidade e orgulho de alguém que se vê reconhecido.

Ainda nessa tarde, o auditório da Biblioteca Almeida Garrett recebeu a sessão Sérgio sobre o Porto, que juntou ao autor homenageado Rui Moreira, João Gobern e Francisco José Viegas, com Cristiana Sabino na leitura de excertos. A sessão começou com um discurso igualmente bonito e engraçado de João Gobern e prosseguiu com uma conversa que facilmente poderia ter durado mais umas horas.

Sábado terminou com concerto de Luís Severo na concha acústica. O espaço estava bem preenchido, mas foi um final de tarde de deixar os pés gelados. Quanto ao concerto, não acompanho a música dele, até porque não faz totalmente o meu género, mas foi interessante descobri-lo ao vivo num contexto tão específico.

No domingo, assisti apenas à palestra O Labirinto da Beleza, conduzida pelo Martim Sousa Tavares. Embora tente manter um discurso informal, a verdade é que a sessão não se passa de forma tão descontraída quanto aconteceria numa conversa e facilmente seria uma aula de um mestrado. Lado positivo: é muito interessante ver uma sala cheia para ouvir um maestro falar sobre estética artística e o conceito de beleza na arte.

Neste fim-de-semana comprei um livro em cada dia:

  • Catarina e a Beleza de Matar Fascistas, de Tiago Rodrigues (13,50€ em vez de 16,90€)
  • Coisas de Loucos, de Catarina Gomes (10,70€ em vez de 17,90€)

Uma paragem durante a semana para ver o Manel Cruz

Logo na primeira semana, houve direito a um dos concertos que mais tinha curiosidade de ver: Manel Cruz na Concha Acústica. O tempo ajudou e foi um concerto com uma energia boa, a assistir sentada na relva enquanto o sol se ia pondo. Ainda não tinha visto o Manel ao vivo a solo e, apesar de ser mais de Ornatos, gostei muito do concerto. Por favor, tragam-no mais vezes!

Três é a conta que a Feira fez

Voltei a ter três idas seguidas à Feira no segundo fim-de-semana, com sessões no sábado, no domingo e na segunda-feira. No sábado, comecei por assistir à sessão do ciclo Tudo no Amor faz do Nada um Tudo em que Rui Couceiro conversou com Alberto Manguel. Tendo o Manguel o conhecimento que tem, esperava uma boa conversa e não saí defraudada. Li-o muito pouco, mas fiquei com vontade de seguir para outros livros.

Ao fim da tarde, o Lago dos Cavalinhos encheu-se para a apresentação de Como se Não Houvesse Amanhã — Histórias Suicidas, o mais recente livro de Sérgio Godinho. A apresentação ficou a cargo de José Carlos Barros e contou com a presença de Francisco José Viegas, editora da obra, de Cristiana Sabino, que leu alguns excertos, e de vários pavões.

No domingo a primeira sessão do dia foi do ciclo Toda a Faca Tem Seu Fio e juntou a Filipa Leal à Inês Meneses numa conversa fabulosa sobre poesia, escrita e a vida. E logo de seguida o chão do Auditório da Biblioteca foi o lugar possível para assistir à conversa bonita entre Rui Couceiro e Lídia Jorge, no ciclo Tudo no Amor faz do Nada um Tudo.

Na segunda-feira o final de tarde trouxe a gravação de podcast mais caótica de sempre com o Rui Reininho a ser convidado do O Que Cresci Ouvindo, de Ivan Lima. Acho que o apresentador não estava preparado para o improviso necessário para entrevistar alguém como o Reininho, o que criou ali alguns momentos mais estranhos.

Nestes três dias comprei apenas um livro:

  • Notas sobre o Luto, de Chimamanda Ngozie Adichie (7,50€ em vez de 9,50€)

Ouvir um concerto e últimas compras

O plano do fim de tarde da última quinta-feira de Feira do Livro era simples: conseguir um dos livros do dia e assistir ao concerto dos NAPA. A primeira parte foi concluída com sucesso, a segunda… bem, talvez assistir seja um verbo muito forte porque definitivamente subestimaram os NAPA e a Concha Acústica não chegou para todos os que os queriam ver. Alguns — como eu — só os ouviram. Felizmente, gostei do que ouvi.

Ainda assim, o saldo foi positivo, com três compras:

  • À Escuta dos Amantes, de Júlio Machado Vaz (8,30€ em vez de 16,60€)
  • Uma Mulher Aparentemente Viva, de Cláudia R. Sampaio (9,80€ em vez de 12,20€)
  • Fósforos e Metal sobre Imitação de Ser Humano, de Filipa Leal (11,55€ em vez de 14,40€)

Fecho de edição

O último dia de Feira do Livro do Porto permitiu um belo fecho de edição. Primeiro houve sessão de autógrafos com o Hugo Gonçalves, que é dos escritores mais simpáticos que já encontrei por aí. Foram quatro livros autografados e dois dedos de conversa.

Enquanto esperávamos pelo momento final deu para escrever um bocadinho, conversar e jantar… tudo isto antes do tão aguardado concerto de encerramento, desta vez com o Sérgio Godinho. Queria muito vê-lo ao vivo e tenho a dizer que os 80 que lhe caíram muito bem, porque foi um belo espetáculo.

Notas finais da edição de 2025

Sinto mesmo que tive muita sorte com a edição deste ano porque consegui aproveitar muito bem todo o programa, as sessões foram sempre enriquecedoras e a Avenida das Tílias está cada vez mais pequena para tanta literatura.

A nível de compras, fui para esta edição com um orçamento de 118€, o que deu margem para comprar para lá da minha lista. Comprei dez livros e gastei 115,77€. Se comprasse estes dez livros pelo PVP teria gasto 158,10€.

Até para o ano!

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