Depois de Três, o livro que toda a gente parecia ter adorado e que, para mim, ficou aquém, confesso que parti para Querida Tia, o livro de que toda a gente parecia não ter gostado, com expectativas bem mais alinhadas. Sendo a Valérie Perrin uma das autoras escolhidas para o desafio de autores que tenho com a Andreia, sabia que não seria uma leitura que adiaria, mas também não esperava ficar tão agarrada a esta história.
Em Querida Tia, Agnès, uma cineasta francesa, recebe a notícia de que a tia Colette morreu… o problema é que a tia morreu há três anos. Agnès regressa então a Bourgogne para tentar desvendar o mistério e perceber se aquela mulher se trata de facto de Colette e o que aconteceu para que tenha fingido estar morta durante três anos.
Este livro cruza várias vozes e linhas narrativas, o que por um lado o torna mais completo e explicativo e, por outro, cria algumas histórias paralelas um pouco desnecessárias (estou a falar para ti, Charpie). Ainda assim, gostei de o ler e não me senti afastada da história em nenhum momento. Acho que as personagens ajudaram neste envolvimento, tanto que nos momentos mais loucos da narrativa acabava a conjeturar teorias ainda mais loucas.
Descobrir a obra da Valérie Perrin na sua totalidade foi, de facto, uma coisa boa deste ano. Gostei mais de a ler em Os Esquecidos de Domingo e Breve Vida das Flores, mas acho que Querida Tia acaba por seguir uma linha que mistura estes dois livros com o nível de loucura presente em Três. Vou certamente querer ler próximos livros da autora.
Título original: Tata
Título em português: Querida Tia
Autora: Valérie Perrin
Ano: 2024
Lido entre 10 e 15 de junho de 2025
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