Nos últimos anos, a minha relação com a leitura tem mudado e sinto que este ano também foi um resultado dessa mudança. Foi o terceiro ano seguido em que li mais de 100 livros, mas não acho que isto seja um feito assim tão fácil de manter ano após ano, pelo menos não tomo por adquirido que assim seja.
2025 foi um ano em que, em férias e em fins-de-semana, senti que tirava a desforra da leitura e em que consegui estabelecer como rotina ler umas páginas ao pequeno-almoço. Infelizmente, não tenho pequeno-almoços de uma hora, mas aqueles dez ou quinze minutos matinais foram muitas vezes o único tempo diário em que conseguia ler e isso fez toda a diferença.
Como o último trimestre do ano exigiu uma grande mudança de rotina na minha vida, a forma como lido com a leitura no dia-a-dia tem também estado a mudar.
Para 2025, tinha estabelecido cinco objetivos literários:
- Reduzir em 60% os livros que tenho por ler;
- Concluir os quatro livros que trouxe pendentes de 2024;
- Juntar 1€ por cada livro terminado;
- Participar ativamente em clubes de leitura sempre que se proporcionar;
- Partilhar regularmente aquilo que leio, o dinheiro que gasto e o dinheiro que coloco de parte, promovendo mais consciência do que moralismos.
Os objetivos que cumpri, com relativa facilidade, foram o de colocar 1€ de parte por cada livro terminado e o de partilhar regularmente o que leio. De resto… bem, também faz parte mudar de ideias, não é? Dos livros pendentes de 2024 terminei dois, mas deixei outros dois por ler porque simplesmente não calhou.
O objetivo de reduzir em 60% os livros que tenho por ler ficou mais ou menos a meio: li 34% dos livros que tinha por ler. Aqui acho que podia ter conseguido melhor, mas como acabei por me dar liberdade de ler muito de Kobo Plus e Biblioled e comprei livros regularmente… bem, também podia ter sido pior, não é?
Quanto aos clubes de leitura… decidi deixar de participar em clubes de leitura. Admito que tenho sentido que os clubes de leitura não me têm preenchido as medidas e, por isso, decidi deixar de participar em clubes de leitura e leituras conjuntas, à exceção do desafio de autores que venho mantendo com a Andreia (e que tem nova edição em 2026!).
Aquilo que consegui cumprir, mas adaptando, foi o objetivo de partilhar regularmente o que leio. Percebi que escrever reviews mais longas de todos os livros que leio é utópico e não resulta para mim, por isso acabei por decidir que o ideal era fazer reviews-relâmpago mensalmente e depois alongar-me apenas nos livros em que sentisse que fazia sentido. Aqui, acabei por testar um formato que tem funcionado e que vou aprimorar em 2026, com reviews-relâmpago na newsletter.
Os favoritos de 2025
Normalmente, temo sempre a parte em que quero dizer quais foram os meus favoritos do ano, mas este ano não tive qualquer dúvida quando olhei para a lista de livros lidos. Em primeiro lugar, porque li dois dos meus livros portugueses preferidos de sempre: Filho da Mãe e Filho do Pai, do Hugo Gonçalves, sendo que o primeiro até li duas vezes. Depois, finalmente li O Amor nos Tempos de Cólera e acho que quem já me viu falar do livro percebeu pela comoção que claramente foi um dos livros que mais gostei de ler. Por fim, tive aqui três autoras que me marcaram de formas distintas: Valérie Perrin, Annie Ernaux e Alba de Céspedes. Os favoritos de 2025 foram:

- Filho do Pai, de Hugo Gonçalves
- O Amor Nos Tempos de Cólera, de Gabriel García Márquez
- Filho da Mãe, de Hugo Gonçalves
- Os Esquecidos de Domingo, de Valérie Perrin
- Os Anos, de Annie Ernaux
- O Caderno Proibido, de Alba de Céspedes
Tudo o que li em 2025
Livros de janeiro:
- As Últimas linhas destas mãos, de Susana Amaro Velho
- A Mão que Mata, de Lourenço Seruya
- The Note, de Zoë Folbigg
- O Que Escondemos na Luz, de Lara Félix
- Onde Cantam os Grilos, de Maria Isaac
- The Happiness Project, de Gretchen Rubin
- Notes To Self, de Emilie Pine
- As Primas, de Aurora Venturini
Livros de fevereiro:
- Aquilo que o Sono Esconde, de Mafalda Santos
- Palavra do Senhor, de Ana Bárbara Pedrosa
- How to End a Love Story, de Yulin Kuang
- I Know Why The Caged Bird Sings, de Maya Angelou
- O Filho de Mil Homens, de Valter Hugo Mãe
- Limpa, de Alia Trabucco Zerán
Livros de março:
- Cor de Margarida, de Capicua
- Comer/Beber, de Filipe Melo & Juan Cavia
- Amigos, de Marisa G. Franco
- Os Esquecidos de Domingo, de Valérie Perrin
- Rapariga Ansiosa, de Rosa Silva
- O Caderno Proibido, de Alba de Céspedes
- Conversas Com Escritores, de Isabel Lucas
- Boys Don’t Cry, de Fiona Scarlett
- Bolo Negro, de Charmaine Wilkerson
- My Mess Is a Bit of a Life, de Georgia Pritchett
- O Sangue por Um Fio, de Sérgio Godinho
- All My Rage, de Sabaa Tahir
Livros de abril:
- Vem à Quinta-feira, de Filipa Leal
- Silêncio No Coração dos Pássaros, de Lénia Rufino
- Apesar do Sangue, de Rita da Nova
- Três, de Valérie Pérrin
- Vista Chinesa, de Tatiana Salem Levy
- Nem Todas as Árvores Morrem de Pé, de Luísa Sobral
- Assim, Mas Sem Ser Assim, de Afonso Cruz
- O Meu Marido, de Maud Ventura
- Fundamentos de Marketing
- Os Loucos da Rua Mazur, de João Pinto Coelho
- A Vida Mentirosa dos Adultos, de Elena Ferrante
- O Tempo Entre Costuras, de Maria Dueñas
- One in a Millennial, de Kate Kennedy
- Ainda Estou Aqui, de Marcelo Rubens Paiva
- O Peso do Pássaro Morto, de Aline Bei
Livros de maio:
- Great Big Beautiful Life, de Emily Henry
- Uma Aventura na Curva do Rio, de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada
- Primeiro Pergunte Porquê, de Simon Sinek
- A Família Caserta, de Aurora Venturini
- Maybe You Should Talk To Someone, de Lori Gottlieb
- Filho da Mãe, de Hugo Gonçalves
- Dopamine Nation, de Anna Lembke
Livros de junho:
- A Tree Grows in Brooklyn, de Betty Smith
- Deep Cuts, de Holly Brickley
- Filho do Pai, de Hugo Gonçalves
- Piranesi, de Susanna Clarke
- Querida Tia, de Valérie Perrin
- Small Worlds, de Caleb Azumah Nelson
- Os Anos, de Annie Ernaux
- Porto: Nos Recantos do Passado, de Germano Silva
- We All Want Impossible Things, de Catherine Newman
- O Regresso das Ditaduras?, de António Costa Pinto
- O Palácio de Papel, de Miranda Cowley Heller
- Sintra, de Hugo Gonçalves
- O Vício dos Livros II, de Afonso Cruz
- As Vidas Dos Outros, de Pedro Mexia
Livros de julho:
- A Árvore Mais Sozinha do Mundo, de Mariana Salomão Carrara
- A Criada, de Freida McFadden
- A Desobediente, de Patrícia Reis
- A Maldição, de Lourenço Seruya
- Lobos, de Tânia Ganho
- Notas Sobre A Impermanência, de Paula Gicovate
- Literacia Alimentar, de Joana Sousa
- Coração Negro, de Silvia Avallone
Livros de agosto:
- Conta-me, Escuridão, de Mafalda Santos
- Água Viva, de Clarice Lispector
- The Wedding People, de Alison Espach
- Soñetos, de Rui Reininho
- Constelação, de Sónia Balacó
- Outonecer, de Júlio Machado Vaz
- Tudo Pode Ser Roubado, de Giovana Madalosso
- Vai Correr Tudo Mal, da Joana Marques
Livros de setembro:
- Terra Ferida, de Clare Leslie Hall
- Filho da Mãe, de Hugo Gonçalves
- Inferno, de Dan Brown
- Crime na Quinta das Lágrimas, de Lourenço Seruya
- Notas sobre o Luto, de Chimamanda Ngozie Adichie
- A Insustentável Leveza do Ser, de Milan Kundera
- Expiration Dates, de Rebecca Serle
- Marketing Digital: O Guia Completo, de Marco Gouveia
- Cai a Noite em Caracas, de Karina Sainz Borgo
Livros de outubro:
- A Importância do Pequeno-almoço, de Francisca Camelo
- A Origem dos Dias, de Miguel D’Alte
- Este é um Livro sobre Amor, de Paula Gicovate
- Uma mulher aparentemente viva, de Cláudia R. Sampaio
- Contas Poupança – vença a crise com inteligência, de Pedro Andersson
- Marketing, Responsabilidade Social e Causas, de Henrique Ribeiro
- Atos de Desobediência, de Helena Magalhães
Livros de novembro:
- Um Por Um, de Freida McFadden
- O Amor Nos Tempos de Cólera, de Gabriel García Márquez
- Crime na Aldeia, de Lourenço Seruya
- Catarina e a Beleza de Matar Fascistas, de Tiago Rodrigues
- Contas-Poupança – Como superar a inflação e ganhar com a crise, de Pedro Andersson
- Deus-dará, de Alexandra Lucas Coelho
Livros de dezembro:
- O Natal do Poirot, de Agatha Cristhie
- Ganhar Dinheiro – Como criar riqueza com um salário normal, de Pedro Andersson
- O Ato Criativo, de Rick Rubin
- Porquê Ler os Clássicos?, de Italo Calvino
- Deixa Estar, de Mel Robbins
- Malibu Renasce, de Taylor Jenkins Reid


um comentário
Hugo Gonçalves 🫶🏻
Sinto que Alba de Céspedes foi uma das maiores descobertas do ano. Que vontade de a reler